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29/04/2010

Trilha da Juréia - Iguape SP

No dia 03 de abril de 2010, conheci a Trilha do Imperador, na Estação Ecológica Juréia-Itatins.

Trata-se de uma área preservada de mata atlântica, muito conhecida por sua importância histórica e ambiental.

Percorremos num total de 10 km, sendo ida e volta, num trecho entre o Costão da Juréia até a Praia do Rio Verde.

Trilha da Juréia
Vista via Google Maps

Essa trilha tem uma história bem antiga, já sendo usada no período pré colonial por índios seminômades (viviam da caça e pesca e também cultivo de mandioca).

Posteriormente foi adequada ao uso dos portugueses na segunda metade do século XVII, expandida para o tráfego intenso de carroças e escravos para escoação da produção agrícola local, devido ao grande movimento no Porto de Iguape, com a existência das fazendas de arroz.

Tratava-se de um importante elo de ligação entre as cidades de Iguape a Santos, vitais na época colonial.

O acesso a trilha é restrito. Para poder fazer essa caminhada é necessária autorização da direção da Estação Ecológica.

Nós realizamos a trilha através da AMAI – Associação de Monitores Ambientais de Iguape, conduzidos pelos muito atenciosos guias Major e Rogério. Aliás, esse foi um diferencial do passeio, estar com guias especializados.

A trilha se inicia na guarita dos guardas do parque, no Costão da Juréia. Havia de nossa parte uma preocupação quanto as condições da praia, já que são inúmeras as histórias sobre carros atolados e engolidos pelo mar. Mas quanto a isso a Alessandra (AMAI) me tranqüilizou pois iríamos com os guias que conheciam as condições da maré.

Ao atravessar a balsa que dá o acesso a Juréia os monitores já nos esperavam. Seguimos com eles pelo Costão da Juréia, atrás da “Jubiraca”.

Trilha da Juréia
Praia da Juréia - Seguindo a "Jubiraca"

Deixamos os carros estacionados na área gramada, distante da praia, preenchemos uns papéis, fizemos aquecimento (aliás, primordial pois a trilha é pesada).

Antes de iniciar a subida, o guia Major nos passou as recomendações básicas para a realização do passeio sem incidência de acidentes assim como as demais dicas importantes.

Trilha da Juréia
Entrada da trilha - Ao lado da guarita

Logo de cara uma subida forte, confesso que achei que não conseguiria realizar todo o percurso, principalmente por estar super sedentária – exercícios 0 (devido a faculdade e correrias mais).

No entanto durante a trilha existem paradas estratégicas para o descanso. O desespero inicial sumiu. E fizemos a trilha numa boa, sem ninguém deixado para trás ou problemas maiores quanto a isso.

A primeira parada nos permite ver o Costão da Juréia de uma vista privilegiada. Esse momento é mágico para todos. Você não percebe o quanto subiu, até se deparar com a vista. É maravilhosa.

Trilha da Juréia
Vista do Costão da Juréia

É quando vemos também os primeiros resquícios de alguns postes de telégrafo, que foram construídos a mando de Dom Pedro II em 1865, pela necessidade de haver uma linha de comunicação entre a então capital Rio de Janeiro com o Sul do País, devido à Guerra do Paraguai (1864-1870).

Por esse mesmo caminho também circulou, após o surgimento do telégrafo o serviço de correio nomeado de “Correio Del Rei”, a serviço da coroa.

Trilha da Juréia
Antigo poste de telégrafo

Paramos depois na Cachoeira Grande . Uma cachoeira bem alta, de onde temos uma visão muito bonita do mar. Lá não há piscina natural, mas é um lugar bem bonito e imponente.

Trilha da Juréia
Cachoeira Grande

Minha vontade era ficar sentada por lá um dia todo. Ainda tínhamos o som das ondas batendo nas rochas. Que ambiente perfeito.

Trilha da Juréia
Vista do mar, Cachoeira Grande

A terceira parada é na cachoeira do Senhor Bom Jesus (cachoeira do poço).

Trilha da Juréia
Chegando na cachoeira do Bom Jesus

Trilha da Juréia

O lugar é muito agradável e nos permite uma breve entrada nas suas águas geladas. Ela é suficiente para repor toda a energia e cair de volta pra trilha.

Trilha da Juréia
Descanso

Trilha da Juréia
Banho - Água gelada

De volta a caminhada, algumas paradinhas estratégicas para boas fotos.

Trilha da Juréia
Guia Major explicando sobre uma Figueira, que resiste a degradação

Trilha da Juréia
Vista para o mar no meio da trilha

O ritmo é intenso, o suor pinga pelo rosto, o corpo está molhado. Subidas e descidas que não eram super perigosas mas exigiam de todos atenção a julgar pelas pedras escorregadias e certas armadilhas naturais.

Trilha da Juréia


Porém o que tornava tudo mais emocionante, ainda com as chances de topar com algum animal local, o que pena, não aconteceu. Pelo caminho temos várias cachoeiras menores. Água por todo lado.

Trilha da Juréia
Água por todo o lado

O o interessante é observar os sistemas feitos para que a trilha passe por cima desses cursos d'água, feitos com pedras e que resistem ao tempo.

Trilha da Juréia


E a paisagem vai se modificando e quando próximos a praia do Rio Verde, temos essas vistas lindas e agradáveis.

Trilha da Juréia
Vista aérea do Rio Verde (a foto não é minha)


Trilha da Juréia
Primeira vista para a praia do Rio Verde

Trilha da Juréia
Pessoal a frente na trilha


Trilha da Juréia
Cachoeira do Rio Verde, vista bem de longe. (seta)

Trilha da Juréia
Zoom na cachoeira

E finalmente depois de algumas horas de trilha, chegamos ao Rio Verde. E fizemos sua travessia.

Trilha da Juréia
Chegada da Trilha


Trilha da Juréia
Travessia

Pausa para o descanso e almoço. Nas margens do Rio verde, pudemos conhecemos um pouco da cultura caiçara local. Nossos guias são amigos dos últimos moradores da reserva, e pudemos constatar que é muito triste o que foi feito com esses moradores, desde a implantação da reserva.

Alguns foram expulsos da região, ameaçados, banidos de um lugar que para alguns foi moradia há muitas gerações, passando de pai para filho.

Não entrarei no mérito da questão mas, foi desanimador ver essa triste realidade.

Trilha da Juréia
Flor típica da região

Depois do almoço, caímos nas águas perfeitas do Rio Verde. Temperatura agradável, paisagem deslumbrante. Uma delícia.

E então, conhecemos finalmente a Praia do Rio Verde.

Trilha da Juréia
Praia do Rio Verde

Areia fofa que dificultava a locomoção, ondas fortes e o maravilhoso encontro do rio com o mar.

Muitas conchas, siris, inclusive restos mortais do que eu acredito ser uma ave, nas águas do Rio Verde.

Trilha da Juréia
Restos de um pássaro

Também encontramos muita sujeira na praia, sujeira que o mar devolve. Cena triste e doída de se ver.

Trilha da Juréia
Lixo e lixo... triste constatação

Inclusive esse tambor de óleo de motor, made in Vietnam


Trilha da Juréia
Se o óleo acabar, é só jogar no mar.

A foz do Rio Verde valia a caminhada até a ponta da praia.

Trilha da Juréia
Rio verde

Trilha da Juréia
Foz do Rio Verde

Trilha da Juréia
Siri

Trilha da Juréia
Praia do Rio verde

Trilha da Juréia
Praia do Rio verde - Encosta


Trilha da Juréia
Rio verde

Trilha da Juréia
Rio verde - Parte norte da praia (Peruíbe)

Depois de aproveitar os encantos desse lugar nos preparamos para o retorno.

E energia do lugar é tão forte e especial que fizemos o retorno em menos tempo que o previsto (duas horas e meia) embaixo de uma leve garoa, sem nenhuma crise ou acidente.

Trilha da Juréia
Cogumelos encontrados pela trilha

Foram 2 horas e meia para o retorno. De volta a guarita do parque, ainda fomos conhecer uma outra cachoeira, a que fica próxima da entrada da trilha, mas nem todos foram até o fim.

E essa foi a Trilha da Juréia. A Trilha do Imperador. Nos valeu cada centavo aplicado, cada gota de suor derramada (ohhh).

Estar em um lugar com uma riqueza histórica tão grande, uma natureza tão preservada e linda, e além de tudo isso ainda com amigos, foi umas das melhores coisas que já fiz em minha vida.

Recomendo a todos esse passeio.

Até a próxima!


AMAI – Associação de Monitores Ambientais de Iguape
Ecoturismo e Educação Ambiental - www.amaiiguape.com.br

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08/12/2008

Pedra Grande – Serra da Cantareira

Acordamos as 05:00h da matina para fazer esse passeio. Seguimos até a cidade de São Paulo na casa de nossos amigos Rafael e Izilda os idealizadores da caminhada. Após um café da manhã reforçado seguimos para conhecer a maior floresta em área urbana do mundo: A Serra da Cantareira.


O núcleo escolhido: Pedra Grande. O mais popular que tem a entrada pela rua do Horto. Ele é o mais antigo do parque, acessível ao público desde 1989. Promessa de caminhadas “fortes” e grandes paisagens lá fomos nós.


Localização do parque via satélite


O caminho que percorremos foi mais ou menos de 10 km no total. A questão era o terreno pois estávamos numa serra ou seja: subidas e descidas íngremes, com muita sombra proporcionada por muitas árvores ao redor. Pelo menos não sofremos com o sol. Ainda bem.


Informações sobre a trilha

E lá passamos toda a manhã do dia 07/12/2008. Realmente para a gente que por conta de faculdade e as outras correrias absurdas do dia-a-dia somos sedentários, foi um pouco cansativo. Mas a vista e o clima que conferimos - isso tudo dentro da cidade de São Paulo - foi uma coisa que me deixou atônita. Em vários momentos eu tinha que me esforçar a acreditar que estávamos de fato dentro da cidade.


Muitos passos e respirações ofegantes depois, chegamos finalmente na Pedra Grande.

São respeitosos 1.010 m de altura, proporcionando uma vista muito bonita e interessante. Pena que a poluição deixa aquela névoa negra e impede que a gente veja tão longe como gostaríamos de ver. Em dias de tempo limpo (pós chuva como garante o Rafael) é possível ver até mesmo a Serra do Mar. Mas infelizmente não foi o nosso caso. Uma pena.


Chegada a Pedra Grande


Vista da cidade de São Paulo

Vista do Pico do Jaraguá

Vista aérea da pedra Grande


Informações do museu da Pedra Grande

Dicas para quem se interesse pelo passeio:


Alongamento: Um bom alongamento antes e depois da caminhada é uma coisa que vai muito bem, por mais que você seja sedentário ou não, haverá um grande esforço pelo caminho.

Roupa apropriada: Caminho com trilhas de acesso médio a difícil. Um bom tênis e roupa confortável são fundamentais. Acreditem, vi uma moça subindo descalça. Tem doido pra tudo.

Máquina Fotográfica: Tem muita coisa pra registrar pelo caminho todo. Fique atento aos pequenos detalhes, são grandiosos aos olhos mais atentos.

Taturanas: Não sei se foi pela data que fomos, mas havia muitas taturanas por todos os lados onde a gente olhava. A maioria era de uma espécie preta que por ser leve voava com o vento. Em alguns momentos nos pegamos com umas pelo corpo (por sorte estavam na roupa). Portanto todo cuidado é pouco.

A última que eu vi foi no banco estratégico de retorno do Lago das Carpas. A gente sentou ali e não havia nada. Quando olho para trás vejo um bichinho verde lindo (não deixa de ser lindo) passeando na parte superior do banco. Uma encostadinha e o domingão ia pro saco. Por sorte a vimos a tempo.


Taturana simpática que estava sobre o nosso banco e nem a vimos


Cobras e aranhas: Estamos numa mata, eles estão por todos os lados. Um calçado apropriado já ajuda mas cuidado com folhas secas também. Não sei se é possível ver algo ai no meio(foto), mas havia uma cobrinha valente e nervosa ganhando muitos flash da gente e de outra turma que subia a ladeira.

Bugios: Logo no começo da caminhada avistamos belos macaquinhos na copa das árvores. Ficamos lá olhando para eles e eles para a gente. Quando um funcionário do parque informa que não deveríamos ficar ali pois eles adoram jogar suas fezes em cima dos humanos curiosos. Saímos de lá rapidinho e observando melhor havia muita sujeira orgânica ao redor de onde paramos. Sorte ele nos avisar. Quase fomos alvo.


Bugio na copa da árvore

Depois de tantas subidas vem uma idéia falsa que só temos descidas pela frente e será muito mais fácil. Descida claro é melhor que subida, porém ela joga todo o esforço nos pés. Portanto foi bem cansativo voltar também, então reserve suas energias também para o retorno.


Ladeira para subir


Descida íngreme. Vai encarar?

Bom, posso dizer que foi um domingo muito agradável e divertido, com esforço físico com um retorno muito gratificante. É um longo trajeto mas muito atrativo com natureza 100% e vista espetacular. Exercícios pra mente e corpo.


Não perca tempo. Quando puder dê um pulinho no Núcleo da Pedra Grande. Vale a pena. Nós optamos em conhecer dois lugares a Pedra Grande e o Lago das Carpas. Mas existem outras trilhas que podem ser feitas também. Para o gosto de todos.


No caminho do Lago das Carpas, placa indica divisa com Mairiporã

Lagoa das Carpas

Lagoa das Carpas

Carpa

Hortências

Próximo ao Lago das Carpas, cheia de taturanas.

A volta, vendo a placa do percurso total. (Da entrada a Pedra).

Links interessantes e usados para criação desse post:

Ecoturismobrasil

Veja Sao Paulo


Passeio a Pedra Grande

Elenco: Luciane, André, Carina, Roberto, Izilda* e Rafael* (*Anfitriões)

Fotos Carina e Sites citados